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PMs, que fizeram escolta de delator do PCC morto, tinham ligação com a facção

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, figura relacionada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), foi executado em uma tarde movimentada no Aeroporto Internacional de São Paulo. Este incidente revelou um complexo esquema de atuação paralela de policiais militares em serviços particulares, manchando a imagem da corporação e levantando questões sobre a atuação de seus integrantes.

No centro das investigações estão cinco policiais militares que atuavam como seguranças de Gritzbach. Todos eles foram indicados por um tenente e são suspeitos de envolvimento em atividades ilegais. A apreensão dos celulares destes policiais foi um passo crucial para a equipe de corregedores que revisita o Inquérito Policial Militar (IPM). As revelações obtidas até então indicam um esquema de prestação de segurança irregular para indivíduos com vínculos criminais.

Execução de delator do PCC no Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos — Foto: Reprodução/TV Globo
Execução de delator do PCC no Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos

Como os Policiais Estavam Envolvidos no Caso de Gritzbach?

Os seguranças que protegiam Gritzbach eram formados por um grupo heterogêneo de praças da PM. Indica-se que estes policiais foram recrutados por meio de um tenente para realizar bicos ilegais, como a segurança pessoal de Gritzbach e sua família. Segundo apurações, tal prática desrespeita o regulamento da corporação, configurando uma transgressão disciplinar grave.

O depoimento do soldado Samuel Tillvitz da Luz, integrante do grupo, detalha que ele iniciou suas atividades ao lado de Gritzbach por intermédio do mesmo tenente. Samuel relatou como ele e outros policiais estavam aptos a agir quando o empresário fosse atacado, mas alegou ter reagido instintivamente para salvar a própria vida durante o tiroteio. Tais depoimentos, porém, levantam suspeitas de que os policiais poderiam ter falhado intencionalmente no exercício de suas funções.

Quais as Consequências Disciplinares para os Policiais Militares Envolvidos?

A prática de bicos não autorizados expõe os policiais a sanções disciplinares severas. As penalidades podem variar de advertências a desligamentos, conforme a gravidade da transgressão e o histórico do infrator. No caso de Gritzbach, os policiais mencionados estão afastados das atividades operacionais enquanto as investigações prosseguem sob sigilo judicial.

A Secretaria da Segurança Pública ainda não esclareceu se investiga especificamente o soldado Samuel e o tenente Garcia. Contudo, os depoimentos registrados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apresentam elementos que podem implicar a participação consciente dos policiais em atividades envolvendo indivíduos de organizações criminosas.

O Que Revelam as Imagens das Câmeras de Segurança?

Vídeos das câmeras de segurança capturaram o momento da execução de Gritzbach, que ocorreu fora do Terminal 2, às 16h. As imagens mostram dois homens encapuzados saindo de um carro escuro e disparando vários tiros contra o empresário, que morreu após ser atingido duas vezes no rosto e sustentar outros impactos letais.

Em resposta ao tiroteio, as suas escoltas policiais justificaram o fracasso em proteger Gritzbach apontando problemas mecânicos com um dos veículos que os impediu de chegar ao local a tempo. Este argumento gera desconfiança entre os investigadores, uma vez que indicam falhas que podem ou não ter sido intencionais.

Quais são as Próximas Etapas da Investigação?

Conforme as investigações do IPM e do DHPP avançam, mais detalhes sobre as supostas falhas intencionais de segurança deverão emergir. A análise dos celulares apreendidos promete ser uma fonte rica de provas que explicarão a extensão do envolvimento dos policiais com Gritzbach e eventuais ligações ao PCC.

Neste cenário, a corregedoria terá o desafio de não somente estabelecer as responsabilidades, mas também de resgatar a confiança da população nas forças policiais. A revelação de quaisquer envolvimentos intencionais será crucial para uma ação corretiva eficaz que proteja a integridade e as diretrizes dos serviços de segurança pública.

 

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