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O embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Gilad Erdan, acusou o secretário-geral da entidade, António Guterres, de representar um perigo para a paz mundial. A declaração foi dada na 4ª feira (6.dez), pouco tempo após Guterres invocar, pela primeira vez desde que assumiu o cargo, em 2017, o artigo 99 da Carta da ONU.
O artigo diz que Guterres pode levar à atenção do Conselho de Segurança da ONU qualquer assunto que represente uma ameaça à manutenção da paz e da segurança internacional. A intenção é pressionar o Conselho para assegurar um cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas, evitando uma catástrofe humanitária na Faixa de Gaza.
“Isto é mais uma prova da distorção moral do secretário-geral e do seu preconceito contra Israel. O apelo do secretário-geral a um cessar-fogo é, na verdade, um apelo à manutenção do reinado de terror do Hamas em Gaza. Apelo mais uma vez ao secretário-geral para que se demita imediatamente. A ONU precisa de um secretário-geral que apoie a guerra contra o terrorismo”, disse o embaixador israelense.
Na carta enviada ao Conselho de Segurança, Guterres argumentou que a decisão foi tomada em virtude da magnitude das mortes em Gaza e em Israel “num espaço de tempo tão curto”. O diplomata afirmou que as mais de oito semanas de guerra criaram um grande sofrimento humano e trauma coletivo em Israel e no Território Palestino Ocupado.
Além de comentar sobre o ataque do Hamas no festival de música Universo Paralello, que deixou 1,2 mil mortos, Guterres chamou a atenção para a ofensiva de Israel em Gaza. Segundo ele, as operações aéreas e terrestres já deixaram mais de 15 mil mortos, sendo mais de 40% deles crianças. Cerca de 80% dos civis também estão deslocados.
“Os hospitais se transformaram em campos de batalha e sem abrigo ou o essencial para sobreviver, a expectativa é que a ordem pública entre completamente em colapso em breve. Tal resultado deve ser evitado a todo custo. A comunidade internacional tem a responsabilidade de usar toda a sua influência para evitar uma nova escalada e pôr fim a esta crise. A população civil deve ser poupada de danos maiores”, disse Guterres.
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