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Botafogo decide demitir Bruno Lage em meio a sequência ruim e queixas de jogadores

Foto: Alexandre Cassiano

Na queda de braço entre elenco e treinador, prevaleceu a força do grupo de jogadores do Botafogo. A diretoria até tentou blindar Bruno Lage e manter o trabalho. Mesmo coma forte cobrança após o comandante barrar Tiquinho Soares, principal referência do time e craque do Brasileirão, a cúpula de futebol do clube iria manter o técnico no cargo. No entanto, a entrada dos líderes do elenco na jogada foi fundamental e Lage não resistiu. Assim, o português não é mais o treinador do Botafogo.

Embora a decisão já tenha sido tomada pela diretoria do clube, a oficialização será feita na reapresentação do elenco na manhã desta quarta-feira. No CT Lonier, Bruno Lage e sua comissão serão notificados da decisão final de John Textor.

Dessa maneira, a tendência é que Lúcio Flávio seja o técnico interino no jogo do próximo domingo, contra o Fluminense.

Pressão do elenco é fundamental para decisão

 

A decisão da demissão do treinador se justifica em diversos fatores. Entre eles, o principal são as queixas feitas pelos jogadores durante a tarde desta terça-feira. Líderes do elenco se reuniram com John Textor e externaram ao dono da SAF do Botafogo a insatisfação com métodos e escolhas recentes do treinador. O estopim para o grupo foi a opção de Bruno Lage em barrar Tiquinho Soares do time titular depois de comandar treinamentos ao longo de toda a semana com o camisa 9 entre os titulares.

Além disso, pesou também a sequência ruim que o alvinegro enfrenta na temporada. São cinco jogos sem vencer, com quatro derrotas e um empate em casa contra o Goiás no período. Ao todo, Lage esteve no comando do Botafogo por 15 jogos, com quatro vitórias, sete empates e quatro derrotas. Aproveitamento de 42,2%.

Diretoria tentou blindar

A decisão de Bruno Lage de barrar Tiquinho não foi impopular só entre os torcedores. Diversos membros da alta cúpula da SAF do clube, entre eles o americano John Textor, ficaram bem irritados com a escolha do técnico português em deixar no banco de reservas a principal referência da equipe e o craque do Campeonato Brasileiro até o momento.

Por isso, várias reuniões aconteceram entre o fim da noite de segunda-feira e a tarde desta terça. Nelas, Lage foi questionado com severidade por ter sacado a principal referência do time. Por outro lado, a diretoria manifestou, naquele momento, o respaldo ao treinador. Consequentemente, reforçou sua posição de não tomar decisões “de cabeça quente” ou baseadas em um acontecimento isolado.

A situação foi comparada com a experimentada pelo alvinegro em algumas ocasiões pelo ex-técnico Luís Castro, que sofreu pressão externa e até interna no Botafogo. Na ocasião, o clube optou por avaliar o trabalho do treinador num contexto geral e o bancou. Posteriormente, com a ascensão do time à liderança do Brasileirão, a decisão se mostrou acertada.

No caso de Lage, havia o entendimento da cúpula da SAF de que não se pode dar um veredito por conta de uma falha pontual. “Todo mundo tem o direito de errar”, disse ao GLOBO uma fonte, ao reforçar que o português foi contratado justamente para tomar decisões e que é preciso apoiá-lo.

Apesar do respaldo dado pelos diretores até aqui, o comandante também foi constantemente questionado internamente por suas decisões. Esse é um processo rotineiro e que conta até com a participação de Textor. O treinador, por sua vez, explica suas escolhas com argumentos baseados no que observa nos treinos.

Havia uma preocupação em dar liberdade ao comandante — assim como ocorreu com Castro e o então interino Cláudio Caçapa, mas também a leitura de que algumas discordâncias devem ser expostas, como no caso de Tiquinho no empate em 1 a 1 com o Goiás. A decisão final da escalação, porém, é sempre do treinador.

Ainda assim, pesou mais a insatisfação dos jogadores do elenco alvinegro.

Tiquinho 110%

Pivô da crise com Lage, Tiquinho ainda não apresentou, após retornar de lesão, o futebol vistoso que fez dele o principal jogador do primeiro turno do Brasileirão. A diretoria reconhece esse cenário, mas entende que, ainda assim, o camisa 9 é imprescindível para o time.

Ao longo dos treinos da última semana, em nenhum momento Lage deu a entender que Tiquinho estava mal física ou tecnicamente. Muito menos que perderia a vaga no time titular.

Ao fim da partida, quando já havia marcado o gol de empate do Botafogo, Tiquinho garantiu que estava bem — o que foi corroborado por atletas nos corredores do Nilton Santos e por fontes do clube e próximas ao jogador. Em entrevista, o centroavante foi protocolar ao dizer que estava ali para “ajudar os companheiros”.

Tendo o Bragantino como perseguidor mais próximo, o Botafogo volta a campo neste domingo, em clássico com o Fluminense. Depois, viaja para Belo Horizonte, onde enfrenta o América-MG. Apenas no dia 21, retorna ao Nilton Santos para receber o Athletico-PR.

TerraBrasil –  GuiaFacilBrasil.com.b

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